segunda-feira, 12 de maio de 2008

Adormecido ou acordado?

Às vezes, João Marcelo está dormindo, mas posso jurar que ele está acordado. Agora mesmo, estava aqui, no escritório, que fica ao lado do quarto dele, e ouvi um choro... Pensei que fosse um choro. Não era. Acho que ele estava sonhando. Depois ouvi: "Mamãe...". Pronto, agora ele acordou. Fui lá e ele estava dormindo. Ele dorme a noite inteiiiira, diga-se de passagem. É melhor não se gabar, mas que é uma bênção, é. Ele dorme assim desde os três meses de idade. Agora arrasei! Muita mãe deve estar pensando, com um certo despeito: "Esse menino não mamou!" Mamou, sim, querida (matei de inveja, morreu, vai sair do blog... sai não, vai... tô gostando tanto desta brincadeira de postar mensagem sobre esta viagem que é ser mãe...)! A pediatra de João Marcelo, um amor, batia na madeira, quando perguntava sobre o sono dele e eu respondia com uma tranqüilidade de quem dorme a noite toda muito bem, obrigada. Teve um período que ficou complicado... Lá pelos nove meses, quando começaram a nascer os dentes. Foi uma aventura. Uns três meses em claro durante quase a noite toda. O menino só queria peito, peito, peito. Coçando a gengiva, ele me feriu. Se eu disser que não senti, vocês acreditam? Ou eu estava dormindo na hora que ele me feriu ou eu já estava tão escaldada com os percalços da amamentação que nem percebi. O problema é que eu adorei amamentar. Sei que há mães que não gostam. Eu não as culpo. Não é fácil!!! Quem disser que é fácil, desculpe, eu discordo. Dá um prazer enorme, mas também tem suas vicissitudes... Mas voltando: o fato é que ele me mordeu. Foi o que o cirurgião-pediatra disse. O menino só fazia cocô preto... E vocês sabem: cocô preto... tá perdendo sangue (foi o que pensamos). O cirurgião-pediatra olhou pra João Marcelo e disse: "Um menino corado desse, perdendo sangue? Senhora, o seu peito deve estar com alguma fissura". "Mas, doutor, eu retiro leite com as máquinas elétricas e o leite sai branquinho, sem qualquer sinal de sangue...". Ele riu: "Elas não puxam tão profundamente quanto os bebês. A senhora vai observar, quando o estiver amamentando, se a boca dele não fica vermelha...". Saímos do consultório. Silêncio total. João Marcelo não dava um pio. Claro que estávamos aliviados com a avaliação médica. Mas vocês sabem como é: o menino fazia cocô preto há três dias e a gente já tinha passado por quatro médicos. Pairava um silêncio dentro do carro. Marcelo, de repente, começou a rir. Eu também, claro. Ainda bem que ele estava rindo da minha leseira de mãe... Eu tinha que fazer eco! Não fez uma reclamação sobre a minha inexperiência (ou demência? olha a rima, jornalista!). "Coisa de pai quase mãe". João Marcelo, sabendo o que tinha aprontado, nesta noite, dormiu tranqüilamente, sem que ouvíssemos sequer um suspiro.

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