sexta-feira, 16 de maio de 2008

Jadilma e Isadora

Dois dos principais jornais do Recife deram hoje, na primeira página, a notícia do reencontro de Jadilma com Isadora. Jadilma, a mãe, e Isadora, a filha seqüestrada com menos de 24 horas de nascida por Divanir Maria da Silva. A seqüestradora que saiu, com a menina nos braços, do Hospital Central de Paulista foi denunciada e já está presa na Colônia Penal Feminina do Recife. Caso encerrado, final feliz. Ficam, entretanto, algumas reflexões. Não vou nem querer imaginar o desespero de Jadilma com o seqüestro da criança. Muito menos especular sobre a dor de um bebê que procura o calor dos braços da mãe, o peito que alimenta e a voz que acalma, mas não encontra. Entretanto, acho que vale a pena refletir sobre a facilidade com que uma desconhecida entra num hospital e sai com uma criança nos braços de forma, aparentemente, tranqüila. Refletir ainda sobre a "coincidência" de a mulher que seqüestrou Isadora morar a apenas duas ruas de distância da casa de Jadilma. E mais: refletir sobre a freqüência com que esses fatos ocorrem no Brasil. De vez em quando, uma notícia de uma criança seqüestrada na maternidade. A falta de segurança nos hospitais, a negligência podem ser cogitadas. O final feliz é um alívio, mas não pode colocar uma pedra numa situação que se repete em várias cidades do País. Algum procedimento institucional falhou. Ou o seqüestro não teria havido. As autoridades precisam investigar até o fim para inibir outras ocorrências do tipo.

2 comentários:

(A estrangeira) Cristina Alcântara disse...

O caso de Jadilma e Isadora me fez recordar de outras separações também brutais entre pais e filhos. Uma delas, bastante conhecida aqui na Espanha, é do poeta español Miguel Hernandez (1910-42), que lutou no fronte republicano contra a ditadura de Franco durante a Guerra Civil Espanhola. Foi preso e morreu na prisão, sem conhecer seu filho e jamais voltando a rever sua família. No cárcere, escreveu um dos seus poemas mais tristes, transformado posteriormente em canção: Nanas de la cebolla. Sua mulher lhe escrevia, dentre outras, falando da escassez de comida e que alimentava seu filho com cebola, assim surgiu o poema.
O poema, na íntegra:
http://www.bauleros.org/nana.html
A música, cançao de ninar, na íntegra:
http://www.youtube.com/watch?v=2RpWP7IdmWk

Thais disse...

Oi Christianne, tudo bem?
sou da Crescer e tbm tenho um blog diário sobre gastronomia infantil.
Quando puder, dê uma passadinha por lá.
http://comereumbarato.com.br
bjos
Thais