sexta-feira, 20 de junho de 2008

Aquele sagrado momento do sono...

Desde que nasceu, João Marcelo dorme comigo. Os psicólogos, pediatras e teóricos em geral que falam sobre relações entre pais e filhos devem estar de orelha em pé. Já li vasta literatura sobre a importância de a criança dormir só. "É importante para a autonomia delas", "crescerão mais seguras" e tudo o mais. Tenho certeza de que são pessoas com uma bagagem de conhecimento bastante respeitável e que não levantam essa bandeira aleatoriamente... Entretanto, eu, mera mortal, uma simples mãe (e já dizia a música que "mãe é mãe, vaca é vaca") ignoro completamente essa teoria. Talvez por mero egoísmo mesmo... E, então, vocês vão dizer: "Não é Coisa de mãe ser egoísta!" Quanto romantismo! Mãe é egoísta também! Confesso: não abro mão de colocar meu filho para dormir. É o momento mais calmo do dia: ele já tomou banho, já comeu, escovou os dentes, está vestido com aqueles pijaminhas lindos e macios e olha pra mim com o olhinho já miúdo e diz: "Quer domir com tu, mamãe...". E vocês acham que, para ser adequada, eu devo dizer: "Não, filho, assim você não vai crescer seguro..." Tenham paciência. Desculpem se estou sendo politicamente incorreta, mas é isso mesmo: Tenham paciência! Nem pensar! Não vou abrir mão desse momento sagraaaaaaaado. Converso com ele, brinco, conto historinhas e dou limite: "Agora é hora de dormir. Vamos ficar quietinhos". Quando João Marcelo tinha uns nove meses, Marcelo comprou o livro "Nana, nenê - como resolver o problema da insônia do seu filho". Na verdade, João Marcelo, a partir dos três meses, já dormia a noite inteira (das 21h às 5h do dia seguinte), mas lá pelos nove meses começaram a aparecer os dentes e ele queria mamar para coçar a gengiva. Estranhamos, claro, e a pediatra dele - excelente, diga-se de passagem - conversou longamente sobre a insônia do meu gordo e disse, nem indicando nem sugerindo, apenas citando: "Há pessoas que usam esse livro e se dão bem... Se vocês conseguirem..." Compramos mais por curiosidade. Lemos o primeiro capítulo, o segundo - "Não o façam dormir, ele tem de conseguir sozinho" - e fechamos o livro. Não funcionaria comigo... Nunca. Tem um quadro que diz o que não devemos fazer para a criança dormir. Com alguns casos, eu até concordo, como dar uma volta de carro com ele ou deixá-lo andar de um lado para outro até cair exausto, mas essa história de não cantar para ele, não embalá-lo no berço ou no colo ou sequer dar-lhe a mão... Definitivamente, não me convence. João Marcelo dorme bem, a noite inteira desde sempre - com exceção desse período da dentição - e eu sempre cantei para ele, sempre fiz carinho e o embalei. Ele sabe que está na hora de dormir, já conhece sua rotina e o momento do sono é sagrado... pra nós dois. Pelo menos, por enquanto. Conclusão: não há fórmulas mesmo. A regra é construir uma relação saudável, com amor e respeito. E pasmem: às vezes é bom se insurgir contra esses manuais que insistem em tentar nos ensinar a criar nossos filhos. Se isso é egoísmo, então lembrem-se: Mãe também é egoísta.

2 comentários:

Eti Brito disse...

É priminha, nada como um colo de mãe,mesmo que esta mãe seja egoísta rsrsrs. São tantas as literaturas com dicas de como cuidar do seu filho que é importante não esquecer de algo precioso da maternidade,o instinto materno, quando se esta em dúvida ele é um bom sensor. Só espero que a correria do mundo atual não o ofusque.
É muito estranho imagina a cena: "Mãe eu sou assim porque você me deu colo buáááá"

Renata disse...

olha, eu li esse "nana, nenê" e odiei. faço a maior propaganda contra. Acho um absurdo largar o bebê sozinho ali, desprotegido, inseguro, até pegar no sono. Eu canto, faço carinho, cafuné, massagem...tudo que for preciso pro pequeno dormir, mas deixar sozinho nem pensar!
beijinho