segunda-feira, 9 de junho de 2008

A pausa

"A vida precisa de pausas". A frase de Carlos Drummond de Andrade é poética, mas eu vou parafraseá-lo: "Pais precisam de pausas". Precisam de pausas para não fazer nada, para ficar junto, para ficar separado. Uma pausa, qualquer que seja ela. Crianças, vamos fazer uma pausa? É importante para a mãe (que por acaso também é uma mulher), para o pai (que por acaso também é um homem, ser humano de carne e osso), para o casal, nem se fala! Agora, para as crianças, acho que essa pausa é fundamental!!! Não, não é desculpa de mãe cheia de culpa... Enfim, não é Coisa de mãe achar que é bom para as crianças que os pais se ausentem... Claro que não! Mãe sempre acha que o melhor para os filhos é que ela esteja colada neles, meio galinha e pintinhos... Mas sabe que não é? Vamos lá, dê uma pausa. Páre de girar a cabeça de um lado para o outro em tom de desaprovação. Agora leia o argumento. Obrigada, depois pode discordar à vontade. A pausa, um final de semana acompanhada ou sozinha, por exemplo, só traz coisas boas: primeiro, a saudade. Você sente, as crianças sentem. Cadê mamãe? Quando ela chega? A ausência nos ajuda a valorizar a presença, em geral. O ser humano é um pouco assim mesmo... Inclusive as crianças. A sua disponibilidade total muitas vezes não é levada em conta. Por outro lado, você também valoriza: dá um trabalho, mas é tão bom ter filhos... Segundo, a liberdade. Vocês podem se assustar com minha franqueza, mas não vou recuar: A gente perde muito da nossa liberdade depois que temos filhos. Claro. Dizer diferente seria tapar o sol com a peneira. É ótimo, mas renunciamos a algumas coisas, inclusive a muito da nossa liberdade. Terceiro, o contraditório. Mães, já ouviram a seguinte frase: "Ele (ela) estava bem até agora, mãe, mas, você chegou, ele (ela) começou a chorar - ou a se irritar, ou a ser mal educado (a) etc? Pois é, ainda temos que ouvir dessas... Então, chegamos à conclusão de que as crianças ficam bem quando não estamos presentes. Ou seja, elas também precisam de pausas (se as suas crianças já são adolescentes, vão precisar ainda mais)! Bom, essa conversa toda não é para justificar as viagens que fiz recentemente. É só pra lembrar que não precisamos estabelecer uma relação simbiótica e dependente com nossos filhos para amá-los. Pelo contrário: amá-los significa deixá-los livres e nos permitir essa liberdade também. O amor não diminui com a ausência esporádica. Pelo contrário, aumenta! Muito! Deixá-los livres, confiados a pessoas da família, por exemplo, pode ser um exercício de muito amor. Até porque não é fácil viajar e deixá-los. Com certeza, esse gesto de sair de cena pode representar bastante para a auto-estima de uma criança que começa a ter mais autonomia. E autonomia é algo que eles (elas) têm que descobrir e desenvolver desde cedo, para crescerem seguros (as), certos (as) de que são amados (as) profundamente. Pais, dêem uma pausa,,,,,,,,,,,,,,,,,

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